Saturday, March 22, 2008

You wrote your number on my hand, it came off in the rain





Na Inglaterra tudo é hypado ao extremo, bandas que você pouco acreditaria que faria sucesso, lá ganha capas na NME e entram pras listas dos melhores albuns do ano. Existe vários exemplos de bandas assim, não vou citar, você mesmo deve conhecer bandas assim. E vou deixar claro, não estou falando do Cansei de Ser Sexy, apesar de que vários de vocês devem achar isso. O que aconteceu com eles foi sorte, foi estar no lugar certo, na hora certa, fazendo a coisa certa.

Porém, no meio desse monte de banda que inexplicavelmente faz sucesso lá, algumas ficam no vácuo, e esse é o caso da banda que eu vo falar agora, The Mystery Jets. Banda londrina que acaba de ter seu segundo cd lançado no mundo virtual. 21 é o sucessor do ótimo Making Dens, que esteve no Top10 do ano de 2006 desse que vos fala. Se você ainda não os conhece, corre para o blog mais perto de você e baixe o debut da band (colocaria o link aqui se achasse algum que ainda estivesse válido).

Se em Making Dens o pop misturado com indie rock e a boa mistura de percursão trouxe músicas como Alas Agnes, You Can´t Fool Me Dennis e Soluble In Air, 21 não fica pra trás nenhum pouco, e é a confirmação do Mystery Jets como uma boa banda dessa nova safra. Passaram com sobra pela maldição do segundo cd (o que não aconteceu com algumas bandas por aí, mas isso é assunto para posts futuros).

O álbum começa com a boa Hideaway, que segue a linha do album anterior, boas linhas na guitarra e teclado e o vocal divertido de Blaine Harrisson misturado no backvocal de toda a banda, como já é de costume em quase todas músicas da banda. Isso é só um preparativo pra melhor música ja feita pelo grupo, que vem logo em seguida, Young Love, é pop de extrema qualidade, que fica na sua cabeça e te faz cantar o refrão o dia todo. A boa letra ajuda támbem, "One night of love, nothing more, nothing less, one night of love, to put my head in a mess. Is that you in the bus ? Is that you in the train ? You wrote your number on my hand, it came off in the rain", simples mas pop é isso. Além de tudo temos támbem a participação da preferida desse blog Laura Marling (dá uma lida no post anterior).

O clima continua lá em cima com o la-la-la-la da divertida Half In Love With Elizabeth, e támbem com a lenta Flakes. Já em Veiled In Grey, eles parecem querer trazer os Smith de volta, a levada da música tem muita semelhança com aquelas que Morrissey cantava algum tempo atrás. Outro ponto alto do cd é Umbrellahead, tocada no piano monocórdio e com boas linhas cantadas por Blaine. A música garante uma boa quebra no cd, pra voltar com a támbem boa Hand Me Down. Ainda antes do cd acabar, a banda traz grandes momentos com a ótima crescente de Behind the Bunhouse.

21 é mais um álbum que pode ficar esquecido no hypemachine, mas por aqui não vai passar batido, baixe o cd e passe pra frente, porque a banda é boa e merece atenção.

Video de Young Love com Laura Marling:



Download:
http://rapidshare.com/files/100103935/_2008__21.rar
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(retirado da comunidade RCD)

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Thursday, March 20, 2008

My Manic and I

Olá.
Muito prazer.
O meu nome é Paulo.

Introduções feitas vamos ao que interessa, certo?

Em Janeiro eu recebo um scrap (maravilha esse orkut, não é?) do Kauê (quem mais?) falando para eu ir no show de uma tal Laura Marling e trazer um EP, se tivesse, dela para ele. Segui a ordem dele (só não achei o EP) e fui no show dela. Claro que antes disso eu fiquei como um louco na internet caçando as músicas dela, para ver se valia mesmo a pena, e acabei achando um pacote de MP3 com um monte de demos. Que sorte a minha, não?


Lá fui eu no show, e era difícil de acreditar que aquela menina (acho que na época ela ainda tinha 17 anos, agora tem 18), vestida com um moletom vermelho do Mickey, era a mesma que cantava tão lindas cações no meu ouvido (ou fone de ouvido, como preferirem). O show foi estranho, em meio a um público de menos de 100 pessoas ela cantou e errou, como errou. E, envergonhada, ela parava as música no meio e pulava para a próxima. O "show" durou pouco, apenas umas 6 músicas completas e 3 pela metade. Mesmo assim, ninguém parecia ter perdido a paciência com a cantora.

Suas músicas ecoaram pelo pequeno Sidewalk café, enquanto aquela pequena platéia assistia a primeira performance da Laura Marling em NY. Ela faria ainda mais uns 3 shows, mas esses, provavelmente, mais confiante, ela deve ter errado menos. O interessante do show foi justamente a vulnerabilidade que ela apresentou no palco. Nunca distante da platéia (ela estava sentada do meu lado antes do show dela começar), sempre ali, humana, errando.

Suas músicas são exatamente sobre isso. Sobre as falhas, vulnerabilidades, amores e desilusões. Exatamente o que ela mostrou para aquela pequena platéia. E isso fez com que fosse mais fácil aceitar, que uma menina de 17 anos consiga realmente cantar sobre o que ela canta. Uma alma velha num corpo de criança eu li por ai.

O seu álbum saiu um mês depois, eu fiquei meio decepcionado, mais por causa do que eu achava que o álbum deveria ser, do que pelo que ele realmente é. Minhas expectativas estavam tão altas, que seria realmente difícil ser surpreendido pelo ábum. E não incluir músicas como Anywhere With Meaning, I Know You!!! (que realmente deveria mudar o nome, mas estar no álbum) e principalmente, a mais famosa dentres essas, New Romantic; parecia para minha uma grande heresia. Isso adiciona ao fato de Ghosts That Broke My Heart, agora só Ghosts, ter piorado muito em relação a versão que eu tenho. E a minha decepção foi enorme, algo que só foi curado pouco tempo atrás.

Um dia, escutando o álbum (eu gostava de umas 3 músicas até esse momento) a ficha caiu. Lembro bem, foi escutando Failure (minha favorita do álbum). A letra da música me envolveu e a melodia entrou na minha cabeça. Fiquei apaixonado, de novo. Algo naquela saga do perdedor fez com que a música dela entrasse de novo no meu mundo. Quando ela fala de como ele era uma pessoa incrivel, mas que mudou, como Deus é imperfeito, pois somos feitos a imagem dele e nós somos imperfeitos, quando ela fala daqueles que nunca mais poderão fazer nada, de como ela desistiu de algo, tudo isso faz você pensar na sua própria vida. Quem nunca deixou alguma coisa para trás? E depois se arrependeu. Quem nunca viu uma pessoa amada perder a energia para a sua vida? É incrível que ela tenha apenas 18 anos e tenha chegado a essa realização, que veio antes até, pois essa música é "antiga" (pré-album).

A partir disso, músicas como The Captain and the Hourglass, Old Stone, além das que eu já gostava, Shine, Your Only Doll (Dora), a música bonus, My Maniac and I, além de outras fizeram todo o sentido do mundo. E ai já era, eu virei um fã absoluto e estou esperando anciosamente ver essa menina crescer, sofrer mais e cantar sobre isso. A Inglaterra deve ser um lugar realmente ruim, tantos músicos sofrem lá, o bom é que eles cantam sobre isso.

Existem algumas falhas: Ghosts está bem ruim, algo no refrão não está correto (o tom de voz usado na demo é TÃO melhor) e aquele fim overproduzido, me irritam; além de Night Terror, mesmo sendo uma favorita, aparentemente, nunca me desceu. Isso não tira o brilho do albúm dela. E o brilho dela.

Eu realmente espero ancioso os próximos anos, aonde novas músicas, EPs, álbuns e show virão e eu poderei aconpanhar a possível evolução dela. Não vai ser fácil, ela colocou uma pressão muito grande sobre ela, sendo jovem ainda ela pode sucumbir, mas acho, espero na verdade, que não.

MySpace antigo - Tem London Town e I Know You (com uma mixagem terrivel, mas eu adoro essa música).
MySpace atual

Por:
Paulo Ramos

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